Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL, fala dos desafios da doença renal crónica, no âmbito do 1º Fórum Luso-Brasileiro de Gestão em Diálise, que foi organizado, no final de agosto, pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), em parceria com a ANADIAL.
“Os Caminhos da Diálise em Portugal” foi o tema da sua intervenção no Fórum. Que caminhos são esses?
A Diálise em Portugal é uma história de inovação e de sucesso, no sentido em que em 2008 foi criado por comum acordo entre a iniciativa privada e o Ministério da Saúde o preço compreensivo, que pretende assegurar um tratamento holístico ao doente e com isso conseguimos melhorar a qualidade do tratamento (medido pela taxa de mortalidade) para uma das melhores do mundo.
No entanto, este caminho tem tido alguns desafios, sendo que o mais premente é a manutenção do valor do preço compreensivo desde 2011, apesar de, entretanto, termos observado um aumento generalizado dos custos que o compõem, como é o caso do ordenado mínimo nacional e da revisão das carreiras na saúde ou ainda do aumento significativo de outros custos como a eletricidade e a água.
Se não for realizada uma revisão ao valor do preço compreensivo, estará em risco a sustentabilidade desta parceria que as empresas do setor de diálise mantêm com o Serviço Nacional de Saúde, especialmente se considerarmos os investimentos que as clínicas de hemodiálise têm que fazer, quer por exigências legais, quer para renovação e manutenção dos equipamentos críticos desta operação (monitores, cadeirões e unidade de tratamentos de água).