A Direção da Associação Nacional dos Centros de Diálise (ANADIAL) foi ouvida, nas últimas semanas, pelos Grupos Parlamentares do Chega, Bloco de Esquerda, Livre e PCP , na Assembleia da República.
“Nestas audiências parlamentares tivemos a oportunidade de debater os desafios e as particulares características que possui o setor da diálise, reforçando o nosso compromisso de qualidade de cuidados de saúde com os doentes em hemodiálise em Portugal. Manifestámos também a nossa preocupação com as contingências de uma inflação acentuada, o aumento de custo de energia, da água, dos consumíveis e do custo com os recursos humanos, e que estão a ter um impacto muito significativo na nossa atividade”, refere António Neves, Secretário-Geral da ANADIAL
E acrescenta: “A hemodiálise é um tratamento convencionado pelo Serviço Nacional de Saúde. A prestação deste serviço é paga pelo Estado através de um valor único, independentemente do centro de diálise (o denominado preço compreensivo), que engloba os tratamentos de diálise; as consultas de acompanhamento nefrológico; a entrega, a administração de toda a medicação para o tratamento da anemia, da doença óssea metabólica, doença cardiovascular e infeções; a transfusão de sangue; todos os exames auxiliares de diagnóstico relacionados com a doença renal crónica e ainda a manutenção de acessos vasculares para hemodiálise. O valor pago pelo Estado não é aumentado desde 2011”.
Portugal é o país que apresenta o valor mais baixo de preço compreensivo, quando comparado com países de referência como a Alemanha ou a França.
Nos últimos anos, o setor da diálise debate-se com a inexistência de diálogo por parte do Ministério da Saúde, desconhecendo-se totalmente qual seja a estratégia do Governo nesta área da saúde.
“Consideramos preocupante o Ministério da Saúde não estar disponível para dialogar com as empresas que asseguram o tratamento da maioria dos insuficientes renais crónicos no nosso país”, conclui António Neves, Secretário-Geral da ANADIAL
Atualmente, o setor privado de diálise emprega cerca de 5.500 trabalhadores e é responsável pelo tratamento de 11.974 doentes, em 101 unidades de diálise espalhadas pelo país. Os associados da ANADIAL são responsáveis pela mais baixa taxa de mortalidade de doentes a realizar hemodiálise, da Europa.